Depois do Outubro Rosa, mês dedicado para campanha
contra o câncer de mama na conscientização da realização da mamografia, agora é a vez do Novembro Azul.
Idade
para exame de próstata passa de 45 para 50 anos
Em pleno Novembro Azul, mês em
que são realizadas campanhas sobre a importância da detecção precoce do câncer
de próstata, a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) vai aumentar de 45 para
50 anos a idade mínima recomendada para que um homem procure um médico para
fazer os exames rotineiros para diagnóstico precoce da doença. A nova
orientação será anunciada no 34.º Congresso Brasileiro de Urologia, que começa
no dia 16 deste mês, durante o lançamento de um livro que vai nortear a prática
no País.
No caso de homens de pele negra, obesos ou que tenham histórico
familiar a recomendação também muda: a idade mínima para o monitoramento salta
dos atuais 40 para 45 anos.O Instituto Nacional de Câncer (Inca), órgão
vinculado ao Ministério da Saúde, nem sequer recomenda uma idade mínima para
que o homem faça exames de rotina - o órgão é contra o rastreamento
populacional e recomenda que o homem procure o médico somente quando tiver
sintomas.
Segundo Aguinaldo Nardi, presidente da SBU, 25 especialistas se
reuniram para discutir os estudos existentes no mundo todo e as atualizações
sobre essa prática. Ele diz que o "rastreamento oportunista" (quando
o homem procura voluntariamente o médico para fazer exames a partir de uma
certa idade) precisa existir como forma de prevenir a doença. "Todo homem
com mais de 50 anos deve ir ao médico fazer os exames de PSA (proteína que, em
níveis aumentados, pode indicar existência de câncer) e de toque retal."
Mudanças
Segundo Nardi, a alteração na idade mínima será feita porque há
um excesso de diagnósticos de cânceres de próstata que não se desenvolveriam de
forma agressiva. "São os chamados cânceres indolentes. O homem tem câncer,
mas ele não chega a ser invasivo, não sai da próstata e se desenvolve tão
lentamente que não traria problemas. Acredita-se que cerca de 20% dos tumores
são indolentes", explica.
O professor Carlos DAncona, da Universidade Estadual de
Campinas (Unicamp), diz ainda que o excesso de diagnóstico leva a tratamentos
desnecessários, que podem causar efeitos colaterais, como disfunção erétil e
incontinência urinária.
O problema disso, reconhece Nardi, é que não existe um marcador
de risco que aponte com segurança se o câncer diagnosticado no paciente será ou
não agressivo. Por isso, foram estabelecidos critérios para definir qual seria
o câncer indolente.
"Se a biópsia da próstata apontar no máximo dois fragmentos
alterados que estejam menos de 50% comprometidos e o resultado do PSA for menor
do que 10, a suspeita é que esse será um câncer indolente", diz. Nesses
casos, a indicação será monitorar o PSA a cada três meses e refazer a biópsia a
cada dois anos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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