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terça-feira, 13 de agosto de 2013

Como prevenir o engasgo


De repente, o seu filho começa a tossir. Você olha para ele e vê aquele rosto rosado. A respiração não parece normal e em poucos segundos o desespero se instala. Essa cena é o pesadelo de muitos pais e, com alguns deles, já aconteceu de verdade.

Aqui no Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, as crianças de 1 a 3 anos, são as mais vulneráveis a esse tipo de ocorrência. Entre os mais novos, milho, feijão e amendoim são os alimentos mais aspirados. Mas o engasgamento não é provocado apenas por comida. Brinquedos inadequados para a faixa etária, como aqueles com muitas pecinhas pequenas, e materiais sintéticos, como bexigas, também podem ser causar problemas.

Há duas explicações para as crianças menores serem a principal preocupação quando o assunto é engasgar: primeiro, elas não possuem controle total da mastigação e deglutição de alimentos; além disso, nessa faixa etária, uma das maneiras de a criança explorar o mundo é colocar os objetos na boca para sentir seu gosto e textura.

Segundo Alessandra Françóia, coordenadora nacional da ONG Criança Segura, para prevenir acidentes, tudo o que cabe dentro de um tubo de rolo fotográfico (lembra?) deve ficar longe das crianças de até 4 anos. Isso inclui moedas, botões e brinquedos dos irmãos mais velhos. Em relação aos alimentos, o ideal é cortar carnes em pedaços bem pequenos e redobrar a atenção com a ingestão de amendoim, pipoca e espinhas de peixes. A seguir, você confere todas as dicas para evitar sustos e as manobras de emergência para realizar em caso de asfixia.



Menores de 1 ano
De acordo com a pediatra Milena de Paulis, do Hospital Albert Einstein (SP), o mais comum nessa fase é a criança engasgar com líquidos - especialmente o leite materno. Como a traqueia possui um mecanismo de proteção, a criança vai tossir para expulsar o gole que entrou pelo “buraco” errado, portanto, dificilmente, ela ficará com as vias aéreas bloqueadas por muito tempo. Mesmo assim, algumas atitudes podem diminuir o risco:

Amamente em local tranqüilo. É importante para que a criança não sugue o peito ansiosa. Se a criança estiver com muita fome, a dica é deixá-la mamar por alguns segundos, separá-la do seu peito para que se acalme e depois volte a sugar, menos afobada.

Deixe a criança na posição vertical por cerca de meia hora após a mamada. Nesse intervalo de tempo ela pode arrotar ou regurgitar. Se mesmo depois de meia hora você ainda não tiver ouvido um arroto, fique tranquila. O ar sai por gravidade.

Mais de um ano
Finja que você tem a idade do seu filho... e saia engatinhando pela casa. A dica é de Alessandra: “Tenha a paciência de se colocar na situação da criança e olhar o chão onde ela fica. Pense no que pode ser um risco para aquele bebê. Saia buscando os objetos pequenos”. Acredite, mudar o ponto de vista vai fazer você encontrar coisas que nunca passaram pela sua cabeça.

Brinquedo sem susto. Só compre brinquedos certificados pelo Inmetro e que sejam indicados para a faixa etária do seu filho. Segundo Alessandra, para os pais que gostam de comprar objetos artesanais (que dificilmente possuem certificação) vale a pena observar se ele não vem com peças pequenas ou cantos pontudos. Se você tem mais de um filho em casa, garanta que os brinquedos dos mais velhos fiquem guardados em locais separados.

Preste atenção nos acessórios das roupas. A pediatra Milena conta que já teve um caso de um bebê que engoliu um broche do macacão. Ele não chegou a engasgar, mas poderia ter acontecido. Evite peças com botões que as crianças possam arrancar e colocar na boca e cordões.

Hora da refeição deve ser tranqüila. Evite fazer seu filho dar muita risada nesse momento ou permitir que ele corra pela cozinha (ou restaurante). O fato de ele estar agitado atrapalha a mastigação e a deglutição e pode facilitar o engasgo. Segundo Milena, aquela brincadeira de jogar alimentos para cima e pegar no ar com a boca aberta também deve ser evitada.
Alimentos proibidos. O amendoim pode ser aspirado inteiro ou fazer a criança engasgar porque não foi mastigado direito. No caso de azeitonas ou frutas com caroço, como ameixa, corte em pedaços e sirva sem o caroço. Espinhos de peixe também requerem atenção extra. No caso de crianças pequenas, separe bem a carne dos espinhos. Se ele já come sozinho oriente-o a comer devagar e pedaços menores. Alimentos que podem se desprender em pedaços grandes como salsicha, cacho de uva, pães e bolachas não devem ser entregues inteiros para a criança. Pipocas e balas também podem fazer seu filho engasgar.

Conheça os procedimentos de emergência e tenha o número dos bombeiros na geladeira
Com a ajuda da pediatra Milena de Paulis, explicamos os primeiros socorros caso seu filho engasgue: A primeira atitude é verificar se a criança está respirando. Se sim, você deve incentivar a tosse. Nada de mandar levantar os braços ou bater nas costas, pois o objeto que está bloqueando parcialmente as vias aéreas pode deslocar-se para bloqueá-la totalmente. Coloque a criança no carro e leve imediatamente ao pronto socorro ou chame o atendimento de urgência.
Se a criança dá sinal de obstrução severa, respira com muita dificuldade, começa a ficar vermelha e não emite sons, você deve começar as manobras de emergência. Para as menores de 1 ano, coloque-as sobre suas pernas de barriga para baixo e com a cabeça levemente inclinada para baixo. Dê cinco tapas nas costas, entre as escápulas. Depois vire-a de frente e repita as compressões no meio do tórax na altura dos mamilos. Os golpes devem ser vigorosos. Enquanto isso, chame a ambulância.
Se a criança tem mais de 1 ano, o indicado é a manobra de Heimlich. Abrace a criança por trás e coloque suas mãos na boca do estômago, que fica logo abaixo do peitoral entre as costelas, fazendo um movimento circular para cima. Isso pode ajudar a expelir o objeto.
Caso a criança, tanto as mais novas quanto as mais velhas, fiquem inconscientes, os responsáveis devem realizar massagem cardíaca. Coloque a criança deitada e faça duas respirações boca a boca. Abra a boca e veja se o objeto foi expelido. Se não, faça trinta compressões no tórax e abra a boca novamente. Se o objeto tiver sido expelido, retire-o cuidadosamente com os dedos em forma de pinça e faça mais duas ventilações boca a boca. Repita o procedimento até o socorro chegar. Fonte:UOL

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