Afastado dos holofotes, o padre Marcelo Rossi confessou, em
entrevista ao Fantástico, uma série de problemas decorrentes da fama. As
consequências foram crises de depressão e anorexia.
Os transtornos se refletiram no corpo do religioso. Ele confessa ter
engordado de 35 a 40 quilos nos últimos anos. Os comentários dos fieis
sobre a saúde do padre fizeram com que ele buscasse dietas consideradas
"malucas". E o efeito contrário foi ainda pior.
— Era só alface e hambúrguer. Imagina seis meses fazendo isso. Eu sou
um desses loucos que caiu nessas dietas malucas. Infelizmente exagerei.
As pessoas falavam que estava muito magro, e eu não acreditava —
admitiu o padre Marcelo Rossi.
O primeiro sinal para que percebesse os erros alimentares surgiu após
um acidente durante exercícios em uma esteira ergométrica, no qual caiu
e se machucou seriamente. Ele admitiu ser vaidoso em relação ao corpo e
que usa medicamentos contra a calvície, o que acarreta muitos problemas
à sua saúde:
— Tudo tem seu preço e eu pago esse preço.
Com fala arrastada, o religioso confessou ainda à apresentadora da TV
Globo, Renata Vasconcellos, que não soube lidar com a exposição. A vida
pública causou sérios problemas de saúde. Tanto que, admite padre
Marcelo, não soube perceber quando passava por momentos depressivos:
— Perdi todas as liberdades necessária. Nossa, como eu sinto (falta)
de sair na rua, fazer compras, ir a um restaurante. O que mais me
assusta é o fanatismo. Esse é o grande perigo, seja em qualquer
religião. Eu sou um ser humano. É isso que explico para as pessoas. E
todo ser humano passa por dor.
No fim, para acalmar os fãs, o padre Marcelo Rossi garante estar se recuperando e ainda deixou um recado aos seguidores:
— O que me salvou foi escrever, cantar e a oração. Juízo com as dietas.
'Dieta maluca' do Padre Marcelo traz riscos à saúde, diz nutricionista
Hipoglicemia, alteração na pressão arterial, taquicardia e até
problemas renais e hepáticos são os riscos que podem causar dietas muito
restritivas, como a que o padre Marcelo Rossi revelou ter adotado em entrevista ao Fantástico de domingo (8), de acordo com a nutricionista Simone Martens, ouvida pelo G1.
Segundo o padre, a "dieta maluca" que ele adotou por seis meses consistia em comer alface, cebola e dois hambúrgueres pela manhã, além de um hambúrguer depois das 18h. Hoje, recuperado e se alimentando como deveria, ele carrega ferimentos de um acidente que sofreu na esteira ergométrica – durante o período de dieta, ainda manteve atividades físicas diárias.
Segundo o padre, a "dieta maluca" que ele adotou por seis meses consistia em comer alface, cebola e dois hambúrgueres pela manhã, além de um hambúrguer depois das 18h. Hoje, recuperado e se alimentando como deveria, ele carrega ferimentos de um acidente que sofreu na esteira ergométrica – durante o período de dieta, ainda manteve atividades físicas diárias.
Um dos maiores erros cometidos pelo padre Marcelo, segundo a
especialista, foi a retirada de carboidratos de sua alimentação. "O
nutriente principal para nos dar energia é o carboidrato. Uma vez que a
pessoa não está se alimentando disso, começa a ter queda de glicose no
sangue, pode apresentar alteração de pressão e, com o tempo,
taquicardia", explica.
De acordo com Simone, os cerca de 40 quilos que o padre Marcelo revelou
ter perdido foram principalmente em decorrência da eliminação de massa
magra. "Com essas dietas muito restritivas, a pessoa começa a ter muita
perda de massa muscular. Então, aquele peso rápido que ela perde está
relacionado mais com massa magra do que com gordura", revela. A
nutricionista comenta que a perda desse tipo de massa também costuma
causar fraqueza, mal estar e enfraquecimento do sistema imunológico.
Além da falta de carboidratos, o consumo de apenas um tipo de proteína,
a da carne vermelha do hambúrguer, pode agravar os riscos à saúde. "Ele
estava comendo praticamente proteínas em quantidade insuficiente. E só
de um tipo, que é a da carne. Faltavam outros tipos, como derivados de
leite, e principalmente os carboidratos", reforça Simone.
Segundo a nutricionista, o consumo diário de carne vermelha não é
recomendado, porque esse é um tipo de carne com alto teor de gordura
saturada. "O processo de digestão também é mais lento que o da carne
branca. Por isso, é bom intercalar esse consumo com frango e,
principalmente, com peixe, que tem teor de gorduras boas – mono e
poliinsaturadas –, que ajudam a regular o colesterol. Assim, nosso
organismo consegue trabalhar mais facilmente com relação à regulação das
taxas de gorduras no sangue", comenta.
Os primeiros órgãos a sofrerem com uma dieta com excesso de proteína e
falta de carboidrato são os rins e o fígado, aponta Simone. Caso a
pessoa já tenha algum problema nesses órgãos ou predisposição a doenças
neles, o quadro pode se agravar. "Se o indivíduo já tem propensão a
problema renal ou hepático, pode realmente desenvolver alguma doença,
porque os órgãos ficam sobrecarregados no processo de filtrar a
proteína, que é um nutriente pesado", diz a especialista. G1.
Nenhum comentário:
Postar um comentário