VAMOS DISCUTIR ESSE ASSUNTO NO NOSSO PROGRAMA DESTA SEXTA-
FEIRA, 11 DE OUTUBRO NA RÁDIO REGIONAL.
Não
querer dividir os brinquedos é um ato normal até os seis anos de idade. Essa fase é
chamada de egocentrismo, na qual a criança não aceita a ideia de
compartilhar seus pertences com outra, seja da mesma idade ou não.
Normalmente, isso tende a desaparecer a partir dos
oito anos. Mas, até a chegada desta fase, é preciso que os pais
incentivem os filhos a dividir, dando exemplos práticos para que os pequenos
entendam que isso é bom e necessário. A escolatambém é uma boa opção, pois a
criançada começa a conviver com coleguinhas da mesma faixa etária e a
professora, aos poucos, ensina todos a repartirem os brinquedos.
Segundo o doutor em psicologia e professor da USP,
Christian Ingo Lenz Dunker compartilhar não é algo natural, mas que precisamos
aprender e tomar gosto. Desse modo, o entendimento do conceito de propriedade é
uma grande conquista para a criança.
"Antes dos 18 meses, ela pode sentir frustração ao ser privada de um
objeto. E entre os 18 e 36 meses, este processo entra em uma fase mais aguda,
na qual a criança passa por dois momentos: o negativismo (descobrir o que quer
e o outro quer) e o transitivismo (quando ela confunde a posição de seu eu com
a do outro). Estes dois fenômenos concorrem para a formação do eu e ao mesmo
tempo trazem terríveis consequências para a divisão dos objetos".
Christian comenta que os pais que não sabem ou não
encontram muita satisfação em trocar, misturar ou deixam a posição de posse
indeterminada, tendem a transmitir isso para os filhos. A própria ideia de
transmitir, educar ou criar filhos presume uma política de divisão e
compartilhamento, já que os genitores dividem com os pequenos um mundo que eles
mesmos ajudam a construir.
"É preciso entender que há um
trabalho a ser feito e os adultos devem rever seus próprios modelos de posse e
uso, de compartilhamento e abuso. Entender que nós não nascemos dividindo e que
aprendemos este processo conforme nos foi ensinado", diz.
"Geralmente, crianças com dificuldades mais acentuadas para dividir estão
respondendo ao desejo de afirmar, lutar ou preservar a posse, o que em nossa
cultura é um valor muito importante e tenso."
Quando a criança tiver essa crise na frente de
familiares e amigos, os pais devem intervir para ensinar o que é melhor para
ela. "Se os pais se intimidam na frente de outros (e a criança rapidamente
percebe isso) é porque eles próprios não estão ‘compartilhando’ o valor
representado pela importância de dividir", afirma o professor.
FONTE: TERRA
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