A
primeira vez nunca se esquece, diz o velho ditado. Ainda mais quando o assunto
é sexo. Há uma semana, a personagem Luciana, de “Malhação”, perdeu
a virgindade com o
namorado Rodrigo — e, mesmo que de forma superficial, levou a conversa à mãe.
Embora não haja uma “idade certa” para iniciar a vida sexual, médicos afirmam
que é preciso ter, em casa, espaço para conversar abertamente sobre o tema.
— A educação sexual deve vir na formação da criança e do adolescente.
Isso é uma falha na nossa educação, em que se demora muito tempo para dialogar
sobre sexualidade em casa — acredita Ricardo Vasconcellos Bruno, chefe do
serviço de Reprodução Humana e Climatério e Contracepção do Instituto de
Ginecologia da UFRJ — A gente ainda vive num mundo em que a visão feminina da
primeira relação é diferente da do homem, mas isso já está mudando. O
importante é que o adolescente esteja preparado e saiba exatamente o que ele
quer.
Mas, quando os pais têm dificuldade para iniciar a conversa, uma
alternativa é levar os adolescentes para conversar com especialistas.
— A menina precisa ir ao ginecologista a
partir da primeira menstruação, mesmo que seja só para orientações, sem fazer
exames na primeira consulta. E o menino também precisa ser levado ao
urologista, já na primeira ejaculação noturna, para tirar dúvidas que muitos
pais às vezes nem sabem que ele tem, como ejaculação, tamanho do pênis, uso da
camisinha — alerta o ginecologista e obstetra dos hospitais São Luiz e Albert
Einstein, José Bento.
Conhecer os métodos contraceptivos e de barreira
contra doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) é essencial para que o jovem
possa iniciar sua vida sexual de forma saudável, dizem os médicos. Segundo
Ricardo, entre 75 e 80% das gestações na adolescência são indesejadas.
— A camisinha é essencial para evitar DSTs, mas,
como pode ser falha, é importante usar também métodos hormonais. Como a pílula
exige responsabilidade, métodos como a injeção contraceptiva e o anel vaginal
podem ser mais seguros para adolescentes — explica Ricardo — A contracepção tem
que ser prévia, não adianta ter a relação sexual e buscar depois. A
contracepção de emergência, como a pílula do dia seguinte, já começa errada.
Perder a virgindade tornou-se mais prazeroso, diz
pesquisa
Segundo uma pesquisa da Universidade do Estado de
Illinois, nos Estados Unidos, perder a virgindade tornou-se uma experiência
muito mais prazerosa, se comparada a 20 anos atrás. Principalmente porque hoje
em dia há mais informação. Ainda assim, são muitos os mitos que estão ao redor
da primeira vez — o que acaba gerando insegurança em mulheres e homens.
— As meninas chegam no meu consultório e perguntam:
eu vou mudar meu jeito de andar? São umas fantasias que surgem quando as
dúvidas sexuais são “tiradas” pelas próprias coleguinhas, e não pelos pais e
profissionais — acredita José Bento, que desmente outros mitos como "o
corpo da mulher muda" e "não é possível engravidar na primeira transa"
— O corpo da mulher, inclusive, está mais fértil durante a adolescência.
Com relação às possíveis dores na primeira vez,
outra dúvida muito comum antes de perder a virgindade, Ricardo explica:
— Isso é extremamente relativo. A menina tem uma
pequena barreira, que é o hímen, e uns podem ser mais resistentes, com
rompimento mais dolorido. A inexperiência do ato sexual também pode dificultar
uma uma boa lubrificação vaginal ou peniana. Por isso, o sexo na primeira vez
pode ser um pouquinho incomodativo. Mas não é regra. IBAHIA
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