Com a tecnologia que cerca a população nos dias atuais, é comum que surjam ideias inovadoras ligadas a algum assunto específico. Na área de métodos contraceptivos não é diferente. Em 2016, por exemplo, um “anticoncepcional injetável” foi testado em homens por pesquisadores da Alemanha.
Hoje, a novidade – também para o sexo masculino – é um gel contraceptivo que bloqueia temporariamente a produção de esperma no corpo humano, desenvolvido pelo Instituto Nacional de Saúde Infantil e Desenvolvimento Humano (Nichd) dos Estados Unidos.
A duração dos testes será de aproximadamente 4 anos, até que os pesquisadores possam apresentar resultados definitivos. O início ocorrerá no mês de abril. De acordo com a instituição, inicialmente 400 casais dos Estados Unidos, Itália, Grã-Bretanha, Chile, Suécia e Quênia serão submetidos ao novo método. Segundo Diana Blithe, diretora do programa de desenvolvimento de contraceptivos do Nichd, o gel deverá ser aplicado em braços e costas dos homens diariamente. “Não é um grande esforço. Só é necessário lembrar de usá-lo todos os dias”, diz.
Pesquisadores apostam na eficácia do produto devido à sua composição. Batizado de NestoroneGel, ele contém dois hormônios sintéticos: testosterona e progestagênio. A função do progestagênio é impedir que os testículos produzam testosterona suficiente para o nível normal de esperma. Já a testosterona servirá como forma de substituição e será necessária para que haja um equilíbrio hormonal, porém ainda sem a produção dos espermatozóides.
Diana explica que o método é capaz de reduzir a produção de esperma por aproximadamente 72 horas. Nos testes, inicialmente os homens deverão fazer uso do gel por, pelo menos, quatro meses. As parceiras também deverão utilizar algum contraceptivo. Enquanto isso, pesquisadores monitorarão os níveis de espermatozóide, que devem cair a menos de um milhão por mililitro, para prevenir de maneira eficaz a gravidez. Uma vez que o número seja suficientemente baixo, o casal utilizará somente o gel contraceptivo por um ano.
Macacos
A pesquisa teve início há 10 anos e, em fevereiro de 2016, foram realizados testes bem sucedidos em 16 macacos machos adultos. Os animais foram monitorados durante uma semana, com o uso do gel e liberados em seguida em um ambiente de fêmeas férteis. O acasalamento ocorreu, mas nenhuma delas ficou prenhe ao longo do estudo. A TARDE
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