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terça-feira, 6 de novembro de 2018

Mais de 80% dos tumores de próstata são descobertos em fase inicial

Ações como o Novembro Azul favorecem diagnóstico precoce e aumentam chances de cura. 
Na década de 80, cerca de 60% dos pacientes diagnosticados com câncer de próstata apresentavam a doença em estágio avançado. Hoje, após políticas de rastreamento e maior conscientização da população masculina, mais de 80% dos tumores são diagnosticados em estágio inicial, o que eleva as chances de cura. Os dados são do Global Cancer Observatory (Globocan) e comprovam o sucesso de ações como o Novembro Azul para conscientizar os homens sobre a importância do diagnóstico precoce.
“A Sociedade Brasileira de Urologia recomenda que homens a partir de 50 anos procurem um profissional especializado para avaliação individualizada. Os da raça negra ou com parentes de primeiro grau com câncer de próstata devem começar aos 45 anos”, explica o coordenador do Serviço de Urologia do Hospital Cárdio Pulmonar (HCP), Lucas Batista. O urologista destaca que, após os 75 anos, o rastreamento é indicado para aqueles com expectativa de vida acima de 85 anos.
De acordo com o urologista Romeu Magno, “nenhum fator ambiental ou dietético específico demonstrou forte associação positiva com o tumor prostático, sendo recomendada, de modo geral, a adoção de hábitos de vida saudáveis como medida de prevenção de doenças”. Dada a dificuldade para a prevenção, a avaliação urológica rotineira é imprescindível para a detecção precoce e combate à doença. Como aliados da cura, o médico destaca novas gerações de medicamentos, além das cirurgias minimamente invasiva, como a robótica.

Cirurgia Robótica
A cirurgia para tratamento do câncer de próstata consiste na remoção da próstata e vesículas seminais adjacentes. Grandes avanços foram feitos no campo cirúrgico nos últimos anos com o advento da cirurgia minimamente invasiva (cirurgia laparoscópica e robótica). “Desde 2008, quando o Brasil iniciou a cirurgia robótica, já foram feitos mais de 5 mil procedimentos, a maior parte no campo urológico”, conta o médico.
O robô é comandado por um cirurgião com treinamento específico e traz como vantagens visão 3D full HD e ampliada, precisão para movimentos delicados, amplitude de movimentos de rotação superior à mão humana e controle de quatro instrumentos pelo cirurgião principal, facilitando a dissecção em espaços estreitos como a pelve masculina.
Os benefícios da cirurgia robótica da próstata estão relacionados, principalmente, a melhores resultados funcionais, menor sangramento operatório, menor tempo de hospitalização e retorno mais rápido às atividades cotidianas.
O câncer de próstata em fase avançada necessita de tratamento multimodal por meio de cirurgia, radioterapia, modulação hormonal ou até mesmo quimioterapia em casos metastáticos, como esclarece o urologista Marcelo Cerqueira.

Incidência
No Brasil, conforme o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o tumor de próstata é o segundo mais frequente no sexo masculino (atrás apenas do câncer de pele não-melanoma), com expectativa de 68 mil novos casos no ano de 2018, sendo 4 mil na Bahia. No mundo, conforme o Globocan, o câncer de próstata é a quinta neoplasia em mortalidade entre os homens.
“O tratamento do câncer de próstata deve ser discutido com o urologista e a decisão será tomada com base na avaliação clínica e no desejo do paciente. A decisão pode variar desde a vigilância ativa, para tumores em fase inicial, até um tratamento definitivo, como cirurgia ou radioterapia”, explica o urologista do Cárdio Pulmonar, Fábio Sepúlveda. ACORDA CIDADE

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