O acúmulo excessivo de gordura na região abdominal já é um conhecido
indicador de risco para doenças cardiovasculares. A medida, de acordo
com a Organização Mundial da Saúde (OMS), não deve ultrapassar 94
centímetros (cm) nos homens e 90 cm nas mulheres.
Um novo estudo,
desenvolvido por pesquisadores da Universidade Estadual Paulista
(Unesp), no entanto, identificou que pessoas fisicamente ativas e sem
sobrepeso, mas com valores de relação cintura-estatura (RCE) próximos ao
limite do risco também têm maior probabilidade de desenvolver
distúrbios no coração.
O RCE é obtido pela divisão da circunferência da cintura pela estatura.
“Até então, os valores acima de 0.5 indicavam alto risco de desenvolver
alguma doença cardiovascular ou metabólica. Os valores abaixo de 0.5
indicavam que a pessoa tinha aparentemente menor risco”, explicou Vitor
Engrácia Valenti, professor da Unesp de Marília e coordenador da
pesquisa. Para o estudo foram selecionados 52 homens saudáveis e
fisicamente ativos, com idade entre 18 e 30 anos.
Segundo Valenti, estudos recentes sugerem que a RCE fornece informações
mais precisas de riscos cardiovasculares do que o Índice de Massa
Corporal (IMC), que avalia a distribuição de gordura pelo corpo. “O
resultado que encontramos chama a atenção daquelas pessoas que acham que
[estão fora dos grupos de risco] por não ter barriga, mas não fazem
atividade física ou mantêm hábito alimentar saudável. Mesmo sem barriga,
pode ser um risco”, alertou o professor com base no trabalho.
Obesidade
A obesidade é considerada uma epidemia global pela OMS. Estima-se que
1,9 bilhão de adultos tenham sobrepeso, dos quais 600 milhões estão
obesos. No Brasil, a pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção
para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) de 2017, do
Ministério da Saúde, mostrou que 18,9% dos brasileiros estão obesos.
Além disso, mais da metade da população das capitais brasileiras (54%)
têm excesso de peso.Agência Brasil
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