Rafael Soares, filho do apresentador Jô Soares, morreu nesta
sexta-feira, aos 50 anos. Segundo informações da Rádio Globo, ele
estava internado no Hospital Samaritano, em Botafogo, na Zona Sul do
Rio, desde quinta-feira. Rafael é filho de Jô com a atriz Teresa
Austregésilo e travava uma batalha contra um câncer no cérebro há um
ano.
Rafael também sofria de autismo de alto nível, mas tinha boa
capacidade de comunicação e inteligência. Jô Soares sempre foi discreto
sobre a doença do filho. A última aparição pública de Rafael foi há
quatro anos, no lançamento do livro do pai, “As esganadas”, na Academia
Brasileira de Letras. O GLOBO
Autismo
Autismo é um transtorno global do desenvolvimento marcado por três características fundamentais:
* Inabilidade para interagir socialmente;
* Dificuldade no domínio da linguagem para comunicar-se ou lidar com jogos simbólicos;
* Padrão de comportamento restritivo e repetitivo.
O
grau de comprometimento é de intensidade variável: vai desde quadros
mais leves, como a síndrome de Asperger (na qual não há comprometimento
da fala e da inteligência), até formas graves em que o paciente se
mostra incapaz de manter qualquer tipo de contato interpessoal e é
portador de comportamento agressivo e retardo mental.
Os estudos
iniciais consideravam o transtorno resultado de dinâmica familiar
problemática e de condições de ordem psicológica alteradas, hipótese que
se mostrou improcedente. A tendência atual é admitir a existência de
múltiplas causas para o autismo, entre eles, fatores genéticos e
biológicos.
Sintomas
O autismo acomete
pessoas de todas as classes sociais e etnias, mais os meninos do que as
meninas. Os sintomas podem aparecer nos primeiros meses de vida, mas
dificilmente são identificados precocemente. O mais comum é os sinais
ficarem evidentes antes de a criança completar três anos. De acordo com o
quadro clínico, eles podem ser divididos em 3 grupos:
1) ausência
completa de qualquer contato interpessoal, incapacidade de aprender a
falar, incidência de movimentos estereotipados e repetitivos,
deficiência mental;
2) o portador é voltado para si mesmo, não
estabelece contato visual com as pessoas nem com o ambiente; consegue
falar, mas não usa a fala como ferramenta de comunicação (chega a
repetir frases inteiras fora do contexto) e tem comprometimento da
compreensão;
3) domínio da linguagem, inteligência normal ou até
superior, menor dificuldade de interação social que permite aos
portadores levar vida próxima do normal.
Na adolescência e vida
adulta, as manifestações do autismo dependem de como as pessoas
conseguiram aprender as regras sociais e desenvolver comportamentos que
favoreceram sua adaptação e auto-suficiência.
Não existe tratamento padrão que possa ser utilizado. Cada paciente
exige acompanhamento individual, de acordo com suas necessidades e
deficiências. Alguns podem beneficiar-se com o uso de medicamentos,
especialmente quando existem co-morbidades associadas.
Recomendações
*
Ter em casa uma pessoa com formas graves de autismo pode representar um
fator de desequilíbrio para toda a família. Por isso, todos os
envolvidos precisam de atendimento e orientação especializados;
* É
fundamental descobrir um meio ou técnica, não importam quais, que
possibilitem estabelecer algum tipo de comunicação com o autista;
*
Autistas têm dificuldade de lidar com mudanças, por menores que sejam;
por isso é importante manter o seu mundo organizado e dentro da rotina;
*
Apesar de a tendência atual ser a inclusão de alunos com deficiência em
escolas regulares, as limitações que o distúrbio provoca devem ser
respeitadas. Há casos em que o melhor é procurar uma instituição que
ofereça atendimento mais individualizado;
* Autistas de bom
rendimento podem apresentar desempenho em determinadas áreas do
conhecimento com características de genialidade. DR. DRAUZIO VARRELLA
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