A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) apontou neste domingo (5) que o Brasil registra anualmente 58 mil casos de câncer de mama, a maioria detectada com lesões muito grandes. "Aproximadamente 50% dos casos são detectados com mais de 5 centímetros. Isso significa que existe um descaso com o problema", afirmou o presidente da SBM, Antônio Luiz Frasson, à Agência Brasil. Outra dificuldade, segundo ele, é o acesso ao tratamento quando a mulher detecta um tumor.
Frasson disse que o retardo do diagnóstico preocupa a todos os mastologistas. Cada milímetro de tumor implica risco de mais ou menos 1% de que a doença se espalhe. O presidente da entidade destacou que o Brasil tem peculiaridades diferentes da Europa e dos Estados Unidos, onde as pessoas fazem muita avaliação. "Você pega tumores muito menores".
Na Europa, por exemplo, 25% dos tumores não são palpáveis; são muito pequenos e descobertos por exames. No Brasil, isso não atinge 5% dos casos. "Então, no Brasil, a gente recomenda muito o autoexame, porque a mulher conhecendo e estando acostumada com a avaliação da própria mama, frente a qualquer alteração ela pode perceber e investigar", completou. Frasson reiterou que o problema do câncer de mama no Brasil é muito sério, porque além do retardo do diagnóstico, existe uma dificuldade no atendimento no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), no qual as pessoas podem levar mais de seis meses para conseguir acesso. "Às vezes, a pessoa detecta o tumor, mas até conseguir uma consulta no posto de saúde e ser encaminhada a um hospital de referência para investigação, pode levar de seis meses a um ano. Esse processo tem que ser agilizado também", avaliou. BAHIA NOTÍCIAS
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