Que o sorriso é o cartão de visita de uma pessoa, todo mundo sabe. Mas manter a boca saudável pode ser mais benéfico que apenas apresentar-se bem. É o que afirma a dentista e coordenadora do curso de Odontologia da Unime Itabuna, Gabriela Brito. Cuidados especiais com a boca evitam muito mais que cáries, aftas e problemas na gengiva.
“A boca é responsável por diversas atividades executadas em nosso dia a dia, como a mastigação, o início da digestão, a articulação da fala, além do importante papel de proteção desempenhado pela saliva. Dessa forma, o comprometimento da saúde bucal irá afetar, em algum grau, a realização de funções vitais para a manutenção da saúde geral do indivíduo como, por exemplo, a nutrição por meio da alimentação”, alerta.
O primeiro estudo do Ministério da Saúde sobre a saúde bucal, realizado em 2003, apontou que quase 27% das crianças de 18 a 36 meses apresentaram, pelo menos, um dente com cárie e a proporção chegou a quase 60% na faixa de 5 anos. Isso equivale, no indicador CPO (Cariados, Perdidos e Obturados), a marca de 2,8. Já em 2010, na segunda edição do levantamento, este índice caiu para 2,1. Com o resultado, o Brasil entrou para a lista de países com baixa prevalência, que têm indicador CPO entre 1,2 e 2,6, de acordo com a classificação da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Mesmo com o resultado otimista da segunda pesquisa, os desafios ainda são grandes. A especialista explica que é muito comum a negligência em relação à saúde bucal por grande parcela da população, sempre com a ilusão de que a atenção com a saúde bucal tem pouca importância.
“É importante lembrar que a saúde da boca não pode ser dissociada da saúde geral do indivíduo, porque muitas doenças sistêmicas apresentam manifestações bucais em seus estágios mais precoces. Outro ponto importante é ressaltar que a boca é a porta de entrada de diversas patologias, que vão muito além das conhecidas cáries, problemas gengivais e aftas. Tumores e infecções cardíacas provenientes de bactérias bucais são os problemas mais graves que podem afetar um indivíduo e pode ser prevenido ou precocemente diagnosticado por um cirurgião-dentista”, afirma Gabriela Brito.
Além dos problemas mais comuns encontrados na boca, a dentista alerta para o surgimento de outras patologias, que podem complicar a saúde em geral. “A evolução desses problemas podem levar à intensificação da dor, perdas de dentes e de tecidos de suporte do dente, inclusive o osso. Ainda, aqueles que não se dedicam à saúde da boca, com visitas periódicas ao seu dentista, também podem possuir alguma patologia, como tumores benignos ou malignos, cistos ou doenças desencadeadas por vírus, fungos e bactérias que afetam os tecidos bucais”, acrescenta a coordenadora da Unime Itabuna.
A especialista relaciona ainda outros problemas que a falta de cuidado com a saúde bucal pode causar. As complicações vão desde a autoestima até a vida social do indivíduo. “Recentemente, um pesquisador brasileiro provou cientificamente que aspectos negativos no que diz respeito à estética do sorriso influencia a vida de um indivíduo de tal forma, que pode diminuir suas chances de ser contratado para um emprego. Outros estudos mostram também que comprometimento na estética do sorriso pode influenciar na qualidade de vida e até na capacidade de desenvolver relacionamentos afetivos”, explica Brito.
Como manter a boca saudável
- Faça a higiene oral de forma adequada, pelo menos duas vezes ao dia. Essa higiene deve ser direcionada pelo dentista e tem aspectos específicos, dependendo das suas características específicas;
- Visite seu dentista regularmente, pelo menos a cada seis meses;
- Troque a escova dental a cada três meses, ou sempre que as cerdas apresentem deformação. ACORDA CIDADE
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