A ideia não é nova: os copinhos de coleta menstrual começaram a ser
produzidos industrialmente nos anos 1930, com altos e baixos em seu uso
ao longo das décadas.
Recentemente, o método se tornou mais popular, graças ao uso de
materiais que os tornaram mais confortáveis e hipoalergênicos, além de
menos poluentes.
Muitas mulheres começaram a usar o coletor por causa da propaganda boca a boca, especialmente nas redes sociais.
Vantagens
1. Preço:
Mesmo que sejam mais caros inicialmente - custam entre R$70,00 e
R$120,00, a depender da marca - a longo prazo o coletor é mais
econômico, já que elimina a necessidade de comprar absorventes
mensalmente.
De acordo com o fabricante de coletores Mooncups, o copinho compensa
seu preço em cerca de seis a oito meses. E ele pode durar até 10 anos.
2. Autonomia:
Diferentemente dos absorventes, que devem ser trocados em intervalos de
poucas horas, os coletores menstruais só precisam ser retirados,
esvaziados e lavados aproximadamente a cada 12 horas - apesar de que
essa recomendação varia de acordo com o fabricante.
Uma das usuárias, entrevistada pela BBC, Marta (sobrenome omitido a
pedido da entrevistada), diz que os coletores "são ideais para situações
nas que a pessoa vai ficar muitas horas fora em lugares onde é difícil
se trocar, como na praia ou no camping".
3. Conforto:
Para muitas mulheres, cujo fluxo menstrual é pouco, os coletores são
particularmente úteis. Os protetores comuns absorvem a umidade vaginal e
podem ressecar a vagina, causando desconforto. O copinho, não.
Algumas usuárias afirmam que a sensação de usar o copo de silicone é
"mais natural", já que ele é colocado dentro do canal vaginal.
Também é menor o risco de "Síndrome do Choque Tóxico" (SCT), uma doença
rara que pode estar associada ao uso de absorventes internos durante
mais de oito horas.
4. Sustentabilidade:
Como é reutilizável, o coletor também acaba com a necessidade de
embalagens plásticas, caixas e aplicadores. Além disso, não produz
resíduo plástico.
Desvantagens:
1. Adaptação:
Pode levar alguns meses para que a mulher se adapte a colocar e retirar
o coletor, e deixe de sentir incômodo com o cabo de silicone que fica
fora do canal vaginal.
A depender do fabricante do copo de silicone, também é preciso ficar
atenta ao tamanho adequado: em geral, há dois tamanhos. A escola depende
de fatores como altura do colo do útero e fluxo menstrual.
Em alguns casos, também é necessário usar, além do coletor, um absorvente fino, para evitar vazamentos.
Além disso, a maior parte das usuárias entrevistadas pela BBC diz que,
no início, parece mais trabalhoso usar o copinho, por causa da
necessidade de removê-lo periodicamente para limpar.
2. Contato com o sangue:
Para algumas usuárias, o uso do coletor é um desafio porque aumenta o
contato com o sangue menstrual. É preciso retirar e esvaziar o copo a
cada 12 horas, afinal.
Se a pessoa é mais sensível ao sangue, no entanto, pode não ser a melhor opção.
3. Higienização:
Como é preciso lavar o coletor depois de esvaziá-lo, é preciso ter
acesso a um banheiro onde isso possa ser feito com privacidade.
Algumas mulheres, por exemplo, dizem levar consigo uma garrafa de água,
para que possam higienizar o copo em banheiros públicos. Outras esperam
para fazê-lo apenas em casa, já que podem usar o método por até 12
horas seguidas.
Potencial 'revolucionário'
Em muitos países em desenvolvimento, onde o acesso a absorventes é caro
e difícil, a menstruação impede que garotas vão à escola ou participem
em atividades sociais.
Diversos projetos recentes em países do continente africano
demonstraram que o uso de coletores menstruais por meninas em idade
escolar teve um grande impacto tanto em sua educação como em sua vida
pessoal.
Para muitas delas, no entanto, o preço inicial do método o torna
inacessível, a não ser que ele seja fornecido por organizações de
caridade.
Além disso, dificuldades de acesso à água limpa e problemas para manter
a higiene do coletor podem facilitar a ocorrência de infecções. TERRA
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