Estima-se que cerca de 400 milhões de pessoas estejam infectadas
cronicamente pelos vírus das hepatites B e C no mundo e 1,4 milhão de
pessoas sejam infectadas anualmente pelo vírus da Hepatite A. Os números
são da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) / Organização Mundial
de Saúde (OMS), que reconhecem as hepatites virais como um desafio para a
saúde pública no mundo. Dados da Opas/OMS apontam para 1,3 milhão de
mortes por hepatites virais em 2015.
Diante da proximidade do Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais –
28 de julho – e por ocasião da campanha “Julho Amarelo”, o coordenador
do Serviço de Gastroenterologia do Hospital Cárdio Pulmonar, o
gastroenterologista e hepatologista Allan Rêgo, destaca a importância da
prevenção, uma vez que 57% dos casos de cirrose hepática e 78% dos
casos de câncer hepático estão diretamente relacionados aos vírus de
hepatite B e C, segundo a Opas/OMS.
“Inflamações no fígado, as hepatites virais são doenças
infectocontagiosas causadas, sobretudo, por diferentes tipos de vírus,
com destaque para os tipos A, B e C”, diz Allan Rêgo. O especialista
explica que a Hepatite A tem elevada transmissão, mas evolui de forma
benigna na grande maioria dos casos. “Já os tipos B e C normalmente são
silenciosos e podem causar cirrose e câncer do fígado”, pontua.
A transmissão do vírus da Hepatite A acontece pela contaminação com
fezes e os principais sintomas são cansaço, dor abdominal, alteração da
cor dos olhos e urina, que se apresentam na cor amarelo escuro. “A
Hepatite B tem transmissão essencialmente sexual, mas também pode
acontecer por via vertical - no momento do parto, da mãe para o
recém-nascido”, diz.
No caso da Hepatite C, a transmissão acontece predominantemente por via
parenteral, ou seja, através do contato com sangue ou derivados. “Todas
as pessoas que receberam transfusão sanguínea antes de 1992 e aqueles
que se enquadrem em condições de risco (especialmente os usuários de
drogas endovenosas que compartilham agulhas e seringas), devem realizar o
exame diagnóstico”, alerta Allan Rêgo, lembrando que as hepatites B e
C, na maioria das vezes, não apresentam sintomas específicos.
Prevenção e tratamento
A prevenção das hepatites A e B pode ser feita por vacinas. No caso da
Hepatite B, especialmente, a imunização está disponível na rede pública
para pessoas com até 49 anos. “Ainda não existe vacina para a Hepatite
C, daí a importância de se investir na prevenção”, reforça o
hepatologista Allan Rêgo.
O tratamento da Hepatite A não exige uma medicação específica, como
esclarece o especialista. Normalmente, os pacientes reagem e o próprio
organismo elimina o vírus. “As hepatites B e C, quando crônicas, devem
ser tratadas com medicamentos específicos disponíveis pelo Sistema Único
de Saúde (SUS). “Especialmente para a Hepatite C, os novos esquemas de
tratamento conferem taxas de cura maiores que 95%”, comemora. ACORDA CIDADE
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