Uma a cada 100 crianças nascem com cardiopatia congênita. Por ano, cerca
de 28 mil crianças nascidas no Brasil são cardiopatas, representando 1%
da população brasileira. A médica cardiologista pediátrica Renata
Mendonza falou ao Acorda Cidade sobre o que pode provocar a doença e a
importância do diagnóstico precoce em bebês.
“A cardiopatia congênita é qualquer alteração na estrutura do coração ou
dos grandes vasos. É congênita quando o bebê já nasce com esse problema
de coração. Além das cardiopatias congênitas, existem as adquiridas,
como a miocardite, que é quando um vírus, por exemplo da gripe, atinge o
coração, tem a doença de Kawasaki também, que é infecciosa, e a febre
reumática, bem comum aqui na Bahia”, informou.
De acordo com a especialista, hoje em dia existe o teste do
coraçãozinho, que foi liberado pelo SUS desde 2014 e é obrigatório fazer
nas maternidades. Em Feira de Santana, pelo SUS, o teste pode ser feito
em todas as maternidades. “Ele ajuda a fazer o diagnóstico precoce, e
antes do bebê apresentar sintomas, conseguimos diagnosticar as
cardiopatias congênitas críticas e aí já iniciar a medicação e a
regulação para cirurgia”, explicou.
Renata Mendonza ressalta ainda que o teste do coraçãozinho deve ser
feito logo porque a criança com cardiopatia congênita crítica começa a
descompensar geralmente entre três e sete dias de vida.
“O que acontece é que esse bebê já está em casa, pois em geral recebem
alta entre 24 e 48 horas de vida, quando estão bem e não estão sentindo
nada. Quando chega no terceiro dia o bebê descompensa e pode ter risco
de morte imediata. Quando a gente diagnostica antes, o bebê não
descompensa, a gente começa a medicação e faz a regulação para cirurgia
cardíaca”.
Ela esclarece que as cardiopatias congênitas podem ser causadas por
algumas medicações, como o lítio, algumas infecções como a rubéola, mas a
maioria é de origem genética e está fora do controle da mãe. Outro
fator também é a diabetes gestacional, que está muito associada à
cardiopatia congênita, e o controle adequado da diabetes faz com que o
bebê nasça sem problema de coração.
O principal tratamento do bebê cardiopata, segundo a médica, atualmente,
é a cirurgia cardíaca pediátrica, mas há também o cateterismo, e alguns
casos o controle pode ser feito via medicação.
Grupo de risco
As mulheres que compõem o grupo de risco, conforme a cardiologista, são
as mães diabéticas, aquelas que fizeram a morfológica e o bebê
apresentou alguma alteração, aquelas que têm outros filhos ou são
cardiopatas, pois têm um aumento de dez vezes de chances de ter um bebê
cardiopata e as mães acima de 35 anos.
Já os sintomas, a médica relata que cansaço para respirar na hora que
mama, suar muito, pneumonia, infecções respiratórias, baixo ganho de
peso, e pele arroxeada, são alguns dos sintomas.
“O exame ecofetal é um exame importante durante o pré-natal e faz o
diagnóstico das cardiopatias congênitas críticas, e torna possível
planejar o nascimento em um local onde o bebê tenha cardiologista
pediátrico e quando possível até já faça a cirurgia cardíaca”, disse. ACORDA CIDADE
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