Desde os 13 anos, quando teve sua primeira menstruação, até o momento em
que recebeu o diagnóstico de endometriose — 11 anos depois — Marília
Gabriela Marques conviveu com fortes cólicas. As dores eram
incapacitantes e, por algumas vezes, lhe causou desmaios. Depois de
buscar ajuda de oito médicos, a terapeuta ocupacional conseguiu
descobrir o que tinha.
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- A minha vida inteira ouvi que sentir cólica é
normal, me mandavam tomar um remédio, um chá, fazer uma compressa de
água morna para passar — conta a terapeuta ocupacional, de 35 anos.
De
acordo com estimativas da Organização Mundial da Saúde, a doença afeta
até 7 milhões de brasileiras. A endometriose ocorre quando fragmentos do
endométrio (tecido que reveste o útero e sofre escamação durante a
menstruação) se prendem a outras estruturas do corpo da mulher, como
ovários e intestino, causando dor. O diagnóstico demora, em média, 7
anos.
— O desconhecimento
da doença, tanto pelos médicos quanto pelo público em geral, é o
principal fator para a demora no diagnóstico — explica Eduardo Schor,
docente e coordenador do Setor de Endometriose do Departamento de
Ginecologia da Unifesp.
aproveitam a ocasião para reforçar que sentir muitas dores durante a menstruação não é normal.
Atenção deve começar na adolescência
Quanto
antes a endometriose for diagnosticada, menos efeitos negativos a
doença terá sobre a saúde e a qualidade de vida da mulher.
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É importante que os pais prestem atenção nas cólicas de suas filhas e
que procurem um médico especializado no assunto. As adolescentes
precisam ser acompanhadas de perto — afirma o ginecologista especialista
no tratamento da endometriose e diretor do Hospital da Gamboa, Marcelo
Lemgruber.
Além da dor
fortíssima, que incapacita a mulher de realizar diversas tarefas
diárias, a endometriose pode causar infertilidade na mulher. A doença
causa deformações na pelve e inflamações que podem mudar a ovulação.
— Cria-se um ambiente hostil para o óvulo, o espermatozoide e o embrião — acredita Marcelo.
O
diagnóstico da endometriose pode ser feito com ultrassonografias e
ressonâncias magnéticas. O tratamento é feito com cirurgias que
cauterizam os focos de endometriose e com medicamentos que aliviam os
sintomas da doença.
Grupo de apoio na internet
Com
o objetivo de acolher e divulgar informações, foi criado o
“Endometriose Gapendi – Grupo de Apoio às Portadoras de Endometriose e
Infertilidade”, no Facebook. No espaço, mulheres portadoras da doença
podem compartilhar suas experiências com a endometriose, assim como
acessar uma lista de médicos especialistas na doença.
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O grupo é bom porque nos identificamos com as pessoas e percebe que
aquelas dores que sentíamos não eram fruto da nossa imaginação — diz
Marília, que é uma das coordenadoras do grupo.
Mesmo com o uso de analgésicos, a mulher continua sentindo dores durante o período menstrual.
Dificuldade para urinar e evacuar
Fazer as necessidades fisiológicas se tornam mais difíceis e dolorosas.
A mulher sente dor mesmo fora do período menstrual e também durante a relação sexual (mesmo apenas em algumas posições).
Dificuldade para engravidar
Isto ocorre porque vários fragmentos de endométrio grudam em órgãos ligados à reprodução e prejudicam seu funcionamento. IBAHIA
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