Segundo a psicóloga Adriana Sartori, mestra no tema pela
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), a síndrome do ninho
vazio (SNV) começa como uma tristeza leve e pode evoluir até a depressão.
"Só
se pode falar em SNV quando esse sofrimento se estende por mais de seis meses e
impossibilita os pais de continuarem sua rotina com o mesmo prazer que tinham
antes dos filhos saírem", explica a psicóloga. Ela
afirma que há poucos estudos sobre o tema no Brasil e que a síndrome é difícil
de ser diagnosticada, pois costuma ocorrer simultaneamente a outros processos
desafiadores - como a aposentadoria, o envelhecimento e o adoecimento dos
próprios pais. / Outro
fator que dificulta o diagnóstico é a falta de um prognóstico adequado que
investigue os fatores emocionais por trás dos sintomas físicos comumente
apresentados por pacientes com a SNV, como cansaço e dores musculares extremas. Em
sua pesquisa de mestrado, a psicóloga conversou com muitos pais que acabaram
buscando em casas de bingo um conforto para a solidão do ninho vazio e
constatou que, quanto mais intensa a SNV, mais graves serão os sintomas de
vício em jogo. / "A prevenção é sempre o melhor remédio. As pessoas precisam
começar a se preparar para essa fase e buscar outras vivências além dos filhos:
sair com amigos, praticar atividades físicas, estudar, viajar. Falta de saúde
social também faz adoecer", afirma Sartori. Ela
diz que o esvaziamento da casa pode ter impactos diferentes sobre o casamento
dos pais dependendo da maneira como eles construíram a relação. "Não
é difícil haver divórcios nessa fase porque muitos não suportam a pressão de se
ver frente a frente com o parceiro. Perderam a intimidade, não sabem o que o
outro gosta e só se enxergam como pai e mãe. Tudo isso faz o casamento perder
sentido."TERRA
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